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Cultura Pop A Rigor na Colab55

Review – Mães de verdade (2020)

Mães de Verdade

Asa ga Kuru
Direção: Naomi Kawase
Elenco: Hiromi Nagasaku, Arata Iura, Aju Makita, Reo Sato
Japão, 2020


Chega aos cinemas brasileiros, no dia 13 de maio, o drama japonês Mães de Verdade. O filme se divide em duas linhas narrativas, no entanto, não se trata de duas tramas, mas dois pontos de vista sobre a mesma história. Em uma, acompanhamos Kiyokazu (Arata Iura) e Satoko Kurihara (Hiromi Nagasaku), um casal que não consegue conceber um filho e, por isso, decide adotar. Eles procuraram uma organização que ampara jovens mães durante a gravidez, enquanto encontra país para a criança.

Na outra linha narrativa, Hikari Katakura (Aju Makita) é uma adolescente que engravida do namorado e é forçada pelos pais a abrir mão da criança. Anos mais tarde, uma jovem telefona aos Kurihara alegando ser Hikari, a mãe biológica de Asato (Reo Sato), o menino adotado do casal Kurihara. Ela quer seu filho de volta ou uma grande quantia em dinheiro.

No Japão ainda há uma grande resistência em se criar crianças sem o laço sanguíneo, por isso o país registra uma das taxas de adoção mais baixas do mundo. Diretora e roteirista, ao lado Izumi Takahashi, Naomi Kawase aborda em Mães de Verdade esse e outros tabus da sociedade japonesa que afetam a vida tanto do casal quanto da mãe adolescente.


Por exemplo, a infertilidade de Kiyokazu tem um peso enorme em sua autoestima e em seu casamento, até então, bastante harmônico, pois ser estéril é sinônimo de fracasso como homem. Além disso, o machismo fica bastante escancarado quando, durante o processo de adoção, o casal descobre que um deles terá que deixar o trabalho para se dedicar exclusivamente aos cuidados do filho. Embora não seja dito que é a mulher quem deve abandonar a carreira, é óbvio que essa obrigação acaba sempre recaindo sobre ela.

Já com a história de Hikari, o filme mostra como a autoridade parental pode impedir que o jovem tenha qualquer poder de decisão sobre sua própria vida. Afinal, o namorado da jovem é forçado pelos pais a não assumir a paternidade e terminar o relacionamento, enquanto os pais de Hikari a obrigam a esconder a gravidez de seus amigos e da escola, além de entregar seu filho para adoção.

Durante o período de gravidez, Hikari acaba encontrando um idílio. Um pequeno o momento de paz, em meio a angustia de saber que não ficará com a criança que está gerando. Um período de harmonia em contraste com as brigas em sua própria casa, em que pode partilhar a experiência com outras jovens mães.


Embora o filme se perca um pouco com a sub trama da amiga de Hikari que a envolve com agiotas, um tanto desnecessária, já que as dificuldades da jovem são evidentes sem isso, o filme consegue abordar de forma aprofundada temas sensíveis, ao mesmo tempo que se torna uma homenagem não óbvia às mães, em suas qualidades, medos, imperfeições e diferentes maneiras de amar seus filhos.



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Autora: DRI TINOCO

Apaixonada por música, cinema e gatinhos. 

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