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Cultura Pop A Rigor na Colab55

Review – Frankenhooker: Que Pedaço De Mulher! (1990)

Frankenhooker: Que Pedaço De Mulher!

Frankenhooker
Direção: Frank Henenlotter
Elenco: James Lorinz, Patty Mullen, Joseph Gonzalez, Charlotte J. Helmkamp, Louise Lasser
EUA, 1990


Antes de começar essas mal traçadas linhas, gostaria de parabenizar o responsável pelo subtitulo que Frankenhooker ganhou no Brasil. Uma sacada até meio óbvia? Sim, mas foi uma bela sacada.

Frankenhooker é meu primeiro contato com o cinema de Frank Henenlotter e podemos dizer que começamos bem. É uma comédia de horror de baixo orçamento, bem escrachada, com inteligentes referências a Frankenstein (o titulo já deixa isso bem claro, né?) e até algumas sutis criticas sociais.


Protagonista da trama e algo próximo de um Victor Frankenstein moderno, Jeffrey (Lorinz) é um loser que tem verdadeira paixão pela medicina, mas acabou trabalhando de eletricista. Nas horas vagas, ele tenta reanimar um cérebro e realiza lipoaspirações em sua noiva com baixa autoestima (Patty Mullen, com um hilariante enchimento para simular gordice). O filme começa na festa de aniversário do pai de Elizabeth Shelley (hein? hein?), que mal controla a ansiedade para presentear o coroa com o poderoso cortador de grama com controle remoto que seu noivo construiu. Elizabeth resolve fazer uma demonstração para os convidados e acaba tragicamente feita em pedacinhos pela máquina.


Jeffrey recolhe a cabeça e algumas partes intactas da noiva, sem que policia e imprensa desconfiem, e as mantém em um líquido em um freezer na garagem de sua casa, que funciona de laboratório. Com seus conhecimentos de eletricidade e medicina, ele pretende reviver Elizabeth de alguma maneira, utilizando-se de uma forte tempestade prevista para ocorrer nos próximos dias. O problema é que ele não possui um corpo inteiro para realizar seu intento. Enfiando a broca de uma furadeira elétrica em um ponto de sua cabeça para dar aquela estimulada no cérebro, Jeffrey decide restaurar o corpo de sua amada com partes de corpos de prostitutas. Ele segue então para a parte decadente da cidade, decidido a contratar algumas damas da noite e escolher suas melhores partes para reconstruir Elizabeth.


É aí que entram na história o caricato cafetão Zorro e suas meninas. Zorro é também traficante e ele próprio fornece crack para as moças fumarem. Se aproveitando do problema de vício das meretrizes, Jeffrey cria uma versão mais potente da droga, que produzirá um terrível efeito devastador em quem o fumou. Depois de uma hilária e inacreditável sequência onde, fantasiado de médico, analisa os corpitchos das moçoilas de Zorro e perde o controle da situação quando elas descobrem o tal ultracrack em uma pasta e pulam em cima da droga, Jeffrey consegue seus objetivos e traz Elizabeth de volta, mas não da forma que esperava pois claro que algo daria errado.


Frankenhooker é uma comédia ácida, inteligente e grotesca ao mesmo tempo. Com efeitos especiais toscos que dão todo charme a produção, não se leva a sério e ao mesmo tempo faz várias criticas sociais como a eterna discussão em torno da regulamentação da profissão de prostituta ou a forma como homens acham que tem poder de decisão sobre o corpo feminino, como fica bem evidenciado em seu surpreendente, brilhante e bizarro final. O teor trash e as cutucadas nas feridas sócias me lembram um pouco os clássicos da Troma, mas Hennenlotter traz tudo mais ajeitadinho em sua narrativa enquanto naqueles impera o caos, genial, mas o caos.


Vale elogiar a bela Patty Mullen, que consegue entregar um belo desempenho como a mulher remontada com pedaços de cadáveres aleatórios. Ela entrega de forma satisfatória tanto a expressão corporal quanto facial que a personagem pede e consegue ser um misto de bizarra e adorável ao mesmo tempo. Uma pena que não tem muito mais créditos na carreira.

Como disse antes, ainda não assisti os demais trabalhos de Henenlotter, mas recomendo esse aqui para começar pois funcionou muito bem comigo. Apesar de ter sido lançado em 1990, ainda traz todo aquele clima do saudoso terrir dos anos 80 e é altamente recomendado para quem curte as várias versões de Frankenstein já realizadas pois essa aqui é uma das melhores e mais criativas

4.0/5.0



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MARC TINOCO

Cinema, música, tokusatsu e assuntos aleatórios não necessariamente nessa ordem. 


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