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Cultura Pop A Rigor na Colab55

Review - Godzilla Minus One (2023)

Godzilla Minus One

Direção:Takashi Yamazaki 
Elenco: Ryunosuke Kamiki, Minami Hamabe, Yuki Yamada, Munetaka Aoki,Hidetaka Yoshioka,Sakura Ando,Kuranosuke Sasaki
Japão, 2023 


Meu primeiro contato com os filmes japoneses de Godzilla ocorreu graças ao SBT. Nos anos 90, a emissora de Silvio Santos exibiu, na sessão Cinema em Casa, três produções da Toho: Godzilla x Biollante (1989), Godzilla x King Ghidorah (1991) e Godzilla x Mothra (1992). Infelizmente ficou apenas nisso. Somente os filmes americanos do monstrão eram exibidos nos cinemas. Embora tenha chegado a pensar em assistir tanto à versão de 1998 quanto à de 2014, acabei desanimando e optando por aguardar a exibição na TV ou o lançamento em DVD. Essa foi uma sábia decisão, pois não gostei muito de ambos quando finalmente os assisti. As sequências do filme de 2014 também assisti em casa.


Apesar de ter recebido muitos elogios da crítica, Shin Godzilla não despertou interesse para distribuição nos cinemas brasileiros no ano de seu lançamento no Japão, em 2016. O filme só chegou oficialmente ao Brasil em 2022 via plataformas de streaming. Por esse motivo, ninguém (pelo menos eu) esperava que Godzilla Minus One (2023) fosse ser lançado no circuito brasileiro, embora também esteja recebendo muitos elogios e fazendo sucesso no mercado internacional, incluindo os Estados Unidos. Contudo, fomos realmente surpreendidos, e a produção mais recente da Toho chegou ao Br, graças a Sato Company (que acertou muito dessa vez). Finalmente, tive a oportunidade de assistir a um filme japonês do Rei dos Monstros no cinema. Há algo de mágico em ter meu primeiro encontro com Godzilla nas telonas sendo uma produção da Toho. Felizmente, consegui evitar as versões americanizadas e cheguei a este momento especial.


Godzilla Minus One é, de certa forma, um reboot do personagem, representando um retorno às origens. Espancar o Kong, decepar as cabeças do King Ghidorah e namorar a Mothra é bacana, mas nada se compara a sua essência. Godzilla como o símbolo máximo da devastação provocada pela bomba atômica americana. Assim como no filme original de 1954, o gigantesco lagarto emerge em um Japão arrasado pela guerra, de maneira mais imediata. O longa se passa nos primeiros anos após o fim da Segunda Guerra Mundial. O protagonista humano de Minus One é o piloto kamikaze Koichi Shikishima (Kamiki), que desertou em vez de fazer o que o exército japonês esperava dele. Uma aparição do monstro fará com que o sentimento de culpa o atormente ainda com mais força. Enquanto duas novas personagens lhe oferecem uma chance de recomeço, o monstro gigante é a sua oportunidade de acertar as contas com o passado.


Minus One ainda é um filme de Godzilla, isso fica evidente nos seus espetaculares primeiros minutos. No entanto, diferente de sua contraparte americana, ele resgata o teor político e social presente em sua primeira aparição no cinema. Godzilla surge como uma ameaça que escancara os horrores da guerra e, ao mesmo tempo, motiva a reação dos cidadãos japoneses, que não se entregam e unem forças para superar a tragédia.O filme também critica a postura do governo japonês e, por meio dos personagens Shikishima (Kamiki) e do mecânico Tachibana (Aoki), aborda as características suicidas do exército do país. Os personagens humanos de Minus One se destacam como alguns dos mais interessantes da franquia em todos os tempos. Diferentemente dos filmes do chamado Monsterverse, conseguimos nos importar com eles, revelando a força dramática singular de Minus One.


Godzilla está simplesmente fantástico. Ameaçador, ele sofre danos, regenera-se em seguida e apresenta seu clássico sopro atômico, ainda mais assustador, emulando os efeitos de uma explosão nuclear, como uma cena impressionante de destruição deixa claro. Novamente, ele parece imparável. Uma força que não faz distinção entre o bem e o mal e arrasa tudo que passa na sua frente. Felizmente também não falta a trilha clássica criada por Akira Ifukube para a primeira aparição de Gojira nos cinemas. Feito para celebrar o 70º aniversário do personagem, Minus One tinha a ingrata missão de suceder a obra-prima Shin Godzilla, e conseguiu fazê-lo de maneira notável. O filme é grandioso e emocionante, algo que o atual cinema pipoca hollywoodiano frequentemente falha em alcançar, com seus blockbusters vazios e pouco imaginativos (pelo menos em sua grande maioria). Não é surpreendente, portanto, o sucesso que Minus One tem alcançado na terra do Tio Sam. É definitivamente uma obra à altura do Rei dos Monstros.

Um comentário:

  1. Olá, gostei bastante de sua crítica de Godzilla Minus One. Ainda não vi o filme, mas espero que realmente ele tenha essa pegada de horror que falta bastante nas versões americanas. Godzilla é uma criatura que é uma força da natureza, o medo de uma guerra nuclear, e isso já é mais do que o suficiente para que ele seja ameaçador, brutal e sem papas na língua. Verei em breve, mas gostei do que escreveu, me interessou ainda mais. Ainda mais depois que também escrevi em meu site um pouco da origem desse personagem.

    https://guarientoportal.com/curiosidades/godzilla-armas-nucleares/

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