Review - Kakuranger (1994)
O Esquadrão Ninja
Kakuranger é um dos mais carismáticos, divertidos e diferenciados
de toda a franquia Super Sentai da Toei Company.
O seriado Kakuranger foi exibido no Japão no ano de 1994, sucedendo outra das melhores séries da franquia, o Esquadrão Cinco Estrelas Dairanger. Infelizmente nunca foi exibido no Brasil, onde só vimos quatro esquadrões (Os ótimos Flashman e Changeman, o mediano Maskman e o fraquinho Goggle Five). Aqui chegou apenas adaptado para a terceira temporada do americano Power Rangers, que, claro, passava longe do roteiro original. Originalmente os Kakurangers são descendentes de ninjas lendários e sua missão é derrotar os Youkais, demônios que foram aprisionados pelos seus antepassados e que acabaram lbertados acidentalmente. Tsuruhime (Ninja White), Sasuke (Ninja Red), Saizou (Ninja Blue), Seikai (Ninja Yellow) e Jiraiya (Ninja Black) são os heróis. Mais tarde eles recebem o reforço de Ninjaman, uma variação de sexto membro e mecha (os robôs gigantes).
Diferente de outros
esquadrões, o herói que veste vermelho não é a figura de comando. Aqui uma figura feminina exerce o papel. Isso já tinha acontecido antes em Liveman (1988), onde também uma
heroína, Megumi/ Blue Dolphin, era a líder natural do grupo. Agora,
Tsuruhime é claramente a personagem mais importante. Além de líder
da equipe, ela protagoniza um drama familiar pois seu pai, Hakumenrou, é
aparentemente um servo do vilão principal, o rei dos Youkais, que
surge apenas na metade da série. Os demais personagens são mais
cômicos.
Uma diferença de
Kakuranger para outras séries do mesmo estilo é que no inicio não
tem um vilão fixo. Nos primeiros episódios aparecem apenas os
monstros da semana, aqui chamados Youkais, inspirados em figuras do
folclore japonês. Eles são acompanhados pelos Dorodoros, talvez os
sacos de pancadas soldados mais carismáticos da franquia. A
expressão dos seus rostos foi inspirada no quadro O Grito de Edvard
Munch, que também é a base do Ghostface da franquia cinematográfica
Pânico. Os Dorodoros protagonizam o hilário encerramento da série,
provavelmente o melhor do tokusatsu em todos os tempos. Mais tarde
surge o primeiro vilão fixo, Príncipe Júnior, que acaba
substituído pelo pai, Daimaou. Do lado dos vilões há ainda um esquadrão formado por cinco belas mulheres ninjas.
Como toda sentai dos anos 90 em diante, Kakuranger tem um excesso de mechas, mas felizmente não atrapalham o enredo pois eles são carismáticos e desempenham um papel diferente. Definitivamente não estão aqui só pra vender brinquedo. Kakuranger foi o primeiro sentai com temática ninja, isso lhe dar um charme único, como antes aconteceu com Jiraiya, série metal hero de 1988. Também lhe aproxima da antecessora Dairanger, outra série com uma temática bem oriental.
Falando em Jiraiya,
Kane Kosugi, o Ninja Black/Jiraiya, foi o primeiro nipo-americano a
estrelar em uma série da Toei Company. Kane é filho do ator Sho
Kosugi, que participa de um episódio duplo da série. Ainda moleque,
Kane protagonizou o filme A Vingança do Ninja (1983) com o pai e
depois participou de vários filmes do gênero ação até hoje, já
tendo enfrentado caras como Scott Adkins em Ninja 2.
Mas o grande
destaque do elenco é mesmo a atriz Satomi Hirose como Tsuruhime.
Antes de Kakuranger, ela era uma das protagonistas do seriado Yuugen
Jikkou Sisters Shushutorian (1993), bem no estilo Patrine, criado por
Shotaro Ishinomori. Um ano depois, seria escalada para Kakuranger.
Suas colegas de Shushutorian aparecem em um episódio de Kakuranger
como suas amigas de infância e ajudam a derrotar um Youkai. Nascida
em 10 de março de 1980, Hirose tinha apenas 14 anos quando estrelou
em Kakuranger e desempenha o papel com segurança e talento, sendo
uma das integrantes mais marcantes de todos os super esquadrões da
Toei.
Com 53 episódios, Kakuranger foi umas das produções da Toei Company que saiu do lugar comum. São vários episódios que fogem um pouco do esquema engessado da franquia, apostando no humor, situações inusitadas e carisma dos personagens. Uma pena que não passou no Brasil pois teria feito sucesso fácil ali na Manchete dos anos 90.
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