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Review - Vingança & Castigo (2021)

Vingança & Castigo

The Harder They Fall
Direção: Jeymes "The Bullitts" Samuel 
Elenco: Jonathan Majors, Idris Elba, Zazie Beetz, Regina King, Delroy Lindo, Danielle Deadwyler, Lakeith Stanfield, Edi Gathegi e Damon Wayans Jr. 
EUA, 2021



A principio, não tinha planos de escrever sobre esse filme, mas achei ele tão pouco comentado (ao menos na minha bolha), que resolvi que merecia um textinho aqui no CPR. Vingança & Castigo é a estreia em longas-metragens de Jeymes Samuel. Também conhecido como The Bullitts, o diretor, irmão mais jovem do cantor Seal, é músico e produtor musical. Suas únicas incursões pelo cinema foram em curtas: They Die by Dawn, de 2013, que também é um western, e Jay-Z: Legacy. O rapper, aliás, é um dos produtores de Vingança & Castigo.



Não há como negar, um dos principais atrativos de Vingança & Castigo é o elenco. O filme não é o primeiro do gênero a ter protagonistas pretos, mas, de qualquer forma, também não é algo comum em westerns.

A trama envolve vingança, como é comum aos westerns. Jonathan Majors vive  Nat Love, líder de uma gang de foras-da-lei; quando criança, ele assistiu a seus pais serem assassinados. Quando  descobre que o assassino, Rufus Buck (Idris Elba), escapou da cadeia, com a ajuda dos comparsas Treacherous Trudy ("Trudy Traiçoeira", em português/ Regina King) e Cherokee Bill (Lakeith Stanfield), Nat junta seu próprio bando e vai atrás de vingança.



O bando de Nat conta com Mary Fields (Zazie Beetz), dona de saloon e amada de Nat, Cuffee (Danielle Deadwyler), segurança do saloon, o xerife Bass Reeves (Delroy Lindo) e o atirador Bill Pickett (Edi Gathegi). Em meio a história, diversos elementos clássicos do gênero: ataques a trens, assalto a banco, tiroteios e, claro, duelos.

Embora não seja baseado em um a história real, o filme utiliza nomes de cowboys afro-americanos reais. Nat Love, Rufus Buck, Treacherous Trudy,  Cherokee Bill, Mary Fields, Bass Reeves existiram, embora a história contada pelo filme seja bem diferente dos registros históricos. Você pode ler mais sobre as figuras reais por aqui



O uso de nomes reais enfatiza o papel de reclamação histórica que o filme faz, já que os cowboys negros costumam ser apagados da história e também do cinema, afinal a grande maioria dos westerns é predominantemente branco. Apesar disso,  o filme não tem nenhuma intenção de ser realista. Sua visão é irônica. Um bom exemplo é a sequencia de assalto a um banco em uma cidade branca, em que tudo é literalmente branco: as pessoas, as paredes, as roupas em tons claros. Aliás, os brancos que aparecem são personagens de menor importância ou figurantes, numa clara inversão de papéis do que costuma ser o comum em westerns (negros em papéis pequenos ou fazendo apenas figuração). 



Dessa forma, Vingança & Castigo é escapista. Os cowboys negros de maneira nenhuma temem o racismo; na verdade, eles raramente o sentem. Samuel cria assim sua homenagem aos westerns, desde a trama de vingança, a ambientação em saloons e ruas de terra, as paisagens vastas, chegando a temática da violência cíclica, mas também revisa o gênero, com um toque de blaxploitation.

Apesar de estreante em longas-metragens, Samuel demonstra segurança, criando um western de cores vibrantes e cortes rápidos no estilo videoclipe. A trilha sonora, que ele também assina, também merece destaque, trazendo o pop e hip-hop de artistas como Jay- Z, Lauren Hill e Seal, entre outros. Mas, não apenas isso, o filme usa a música para pontuar diversos momentos da história e, por vezes, assume ares de musical. 



Por fim, não se pode deixar de mencionar a homenagem a Chadwick Boseman, falecido no ano passado e que muito provavelmente estaria no elenco de  Vingança & Castigo.  Em um determinado trecho do filme, pode-se perceber que o nome C. A. BOSEMAN (Chadwick Aaron Boseman, nome completo do ator) está pintado na lateral de um trem. 


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