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Cultura Pop A Rigor na Colab55

Review - Retrato de Uma Jovem em Chamas (2019)

 Retrato de Uma Jovem em Chamas

Portrait de la jeune fille en feu
Direção: Céline Sciamma
Elenco: Noémie Merlant, Adèle Haenel, Luàna Bajrami e Valeria Golino
França, 2019


Já tem um tempinho que assisti a Retrato de uma jovem em chamas e queria concluir este texto, mas a quarentena está sendo um tanto extenuante por aqui. Mas, vamos lá.

Retrato de uma jovem em Chamas acompanha o romance entre duas jovens, no século XVIII. No filme, escrito e dirigido por Céline Sciamma, Marianne (Noémie Merlant) é uma artista contratada por uma condessa (Valeria Golino) para pintar sua filha, Héloïse (Adèle Haenel). No entanto, há algo fora do comum nessa proposta. Marianne precisa realizar seu trabalho sem que a retratada perceba, pois a moça se recusa a posar para a pintura.


Fingindo-se de dama de companhia, Marianne viaja para a ilha onde Héloise vive isolada. Durante o dia, ela passeia com a jovem, enquanto procura memorizar suas feições para pintar à noite. Através dessa convivência, a pintora descobre a razão pelo qual Héloise se recusa a ter seu quadro pintado: a pintura será enviada a um pretendente. Após o suicídio de sua irmã mais velha, a jovem precisou abandonar o convento em que estudava para se tornar freira, assumindo a responsabilidade de dar herdeiros à família.

Com poucos personagens, a narrativa é inteiramente focado nas mulheres. Os homens são quase que completamente ausentes, ainda que ainda influenciem o destino das duas jovens. Além das protagonistas, há ainda Sophie (Luàna Bajrami), empregada da casa, com quem as duas desenvolvem uma relação de amizade e forte cumplicidade.


À medida que vão se tornando intimas, Marianne e Héloise também vão se apaixonando. Para contar a história, Sciamma opta por uma abordagem contemplativa, utilizando a natureza que cerca as personagens para criar um cenário romântico, mas também uma metáfora para amor que surge entre elas, tão fascinante e perigoso quanto o mar que as cerca.

Com bastante sutileza, a narrativa vai construindo o romance, da curiosidade mútua à paixão. As duas atrizes estão ótimas nas composições das personagens, mas especialmente Adèle Haenel. É minuciosa a forma como Heloíse, inicialmente, sempre de sembrante grave, vai se abrindo e encontrando momentos de alegria. Além disso, para criar esta donzela triste, a atriz foge do clichê de moça frágil, imprimindo um ar desafiador.


A arte também é fundamental para contar essa história, pois é através dela que as protagonistas se envolvem e comunicam. O próprio processo de criação da pintura por Marianne é simbólico, ao analisar cada mínimo detalhe das feições de Héloise, ela também se permite enxergar sentimentos e anseios.



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DRI TINOCO

Apaixonada por música, cinema e gatinhos. 

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