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Cultura Pop A Rigor na Colab55

Review - O Quarto de Jack (2015)

O Quarto de Jack

Room
Direção: Lenny Abrahamson.
Elenco: Brie Larson, Jacob Tremblay, Joan Allen, Sean Bridgers, Tom McCamus, William H. Macy.
E.U.A. 2015


O Quarto de Jack concorre a quatro Óscares: melhor filme, atriz, Diretor e Melhor Roteiro Adaptado. A produção que acabou de entrar em cartaz no Brasil é o chamado “filme pequeno” porque é independente. Geralmente sempre há um candidato assim na disputa por melhor filme, mas só nisso ele é pequeno. O Quarto de Jack é um dos filmes mais interessantes do momento, e não decepciona.

O diretor Lenny Abrahamson conta a história de Joy, jovem que foi raptada por um homem há sete anos atrás e hoje vive em um quarto sem janelas, junto do filho Jack, que nasceu há cinco anos no cativeiro e nunca viu o mundo fora do quarto. 


O roteiro de Emma Donoghue, que também escreveu o livro em que o filme se baseia, poderia ser contado de forma melosa, no entanto Abrahamson sabe muito bem conduzir a história de maneira tocante, mas sem precisar carregar na mão. O modo como os personagens vivem e tentam manter a sanidade nessa situação, a forma como a mãe tentar explicar o mundo ao filho e depois a jornada deste para crescer e ir além do quarto são pontos centrais que nos deixa totalmente envolvidos com o filme.

Jack vive num mundo de imaginação a partir do que sua mãe lhe conta, um mundo que está na televisão e que ele não pode tocar. Tudo que existe para ele está naquele quarto. O título nacional, além de ser estranho porque o quarto era também da mãe e não só do Jack, tirou um pouco o significado do título original: “Room”. Apenas “quarto”. Não há “um quarto” ou “O quarto do Jack”, para ele só existe “Quarto”, só há o singular e único em seu universo, assim também é abajur, televisão, cadeira, etc. O seu mundo se limita a isso, ele não imagina que essas coisas existem em outras realidades fora da sua.


A partir da percepção de Jack quando começa a conhecer o mundo externo ao quarto vemos toda a maestria do trabalho de Abrahamson. Os planos, os sons, tudo ajuda na construção do que Jack está vivendo nesse período, chegando a se assustar com a vida fora do quarto. Palmas para Jacob Tremblay, que realiza um trabalho sensacional. Muitos falaram que ele deveria concorrer ao Oscar de ator. De fato, sua atuação seja nas expressões corporais, seja no trabalho de voz, é acima da média, mas é raro a academia indicar crianças.


Quem também tem desempenho sensacional é Brie Larson. Ela tem levado todos os prêmios possíveis por sua interpretação, é a favorita para o Oscar. É mais do que merecido, Joy tem a força e coragem de uma mãe que faz tudo para proteger o filho do terror que ela passa no cativeiro e para convencê-lo de lutar pela liberdade. Ao mesmo tempo mostra medo e um sentimento de total deslocamento no contato com um mundo, que não é mais seu há sete anos. É o amor pelo filho que a faz continuar lutando. Enfim, em um ano de indicados bem fracos, O Quarto de Jack é uma ótima surpresa.


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DRÉ TINOCO

André Tinoco

Professor de Geografia, cinéfilo nas horas vagas 


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