Header Ads

Cultura Pop A Rigor na Colab55

Review - O Pai da Rita (2021)

O Pai da Rita

Direção: Joel Zito Araújo
Elenco: Aílton Graça, Wilson Rabelo, Elisa Lucinda, Jessica Barbosa, Léa Garcia Nathalia Ernesto e Paulo Betti, Francisco Gaspar
Brasil, 2021


Dirigido por Joel Zito Araújo (A Negação do Brasil), O Pai da Rita acompanha Roque (Wilson Rabelo) e Pudim (Aílton Graça), compositores da velha-guarda da escola de samba Vai-Vai. Os sambistas são amigos de longa data e dividem as composições e também um apartamento. No entanto, a chegada de Rita (Jessica Barbosa) ameaça a amizade, já que a jovem é filha da passista de mesmo nome, grande amor de ambos.

O filme acerta ao construir a vizinhança calorosa do Bexiga, cheia daquelas figuras e locais que a gente pode encontrar em qualquer subúrbio: o malandro galanteador Pudim, a autoridade moral de Tia Neguita (Lea Garcia), as prostitutas, o boteco, a roda de samba, o terreiro, a igreja.

O Pai da Rita transcorre sem muitos conflitos. Melhor dizendo, eles existem mas são sempre resolvidos facilmente, e isso não é essencialmente um problema, já que na maior parte do tempo o filme está focado no cotidiano daquelas ruas. O problema está quando essa naturalidade é abandonada, com a intenção de ir além da banalidade e discutir problemas socioeconômicos — como quando a prostituta vivida por Elisa Lucinda lamentando a chegada dos condomínios no bairro e a especulação imobiliária ou quando Roque questiona uma jovem sobre o uso de aplicativos de entregas e a precarização do trabalho. A intenção é boa, afinal, trata-se de uma comédia leve abordando assuntos importantes, mas a execução não é das melhores, dada a falta de espontaneidade na forma como o assunto surge e também porque são apenas diálogos soltos, que não são realmente relevantes para a construção dos personagens ou suas histórias. O roteiro meio que vira algum perfil no Twitter, daqueles que querem comentar um pouco sobre todo assunto "polêmico".


No geral, O Pai da Rita é um filme bonitinho e inofensivo. Quem brilha mesmo é Aílton Graça e sua composição muito humana de Pudim, no senso de humor, no medo de se tornar ultrapassado diante dos novos compositores que ganham espaço na Vai-Vai, e principalmente na tocante euforia ao descobrir que pode ser pai e que algo de seu grande amor por Rita pode ter permanecido.


* Assistido através do Talent Press 2021, durante o Festival do Rio


    Nenhum comentário

    Tecnologia do Blogger.