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Cultura Pop A Rigor na Colab55

Review - Curtas que assisti no Festival do Rio 2021

Tive o prazer de participar do Talent Press 2021, e assisti a alguns filmes do Festival do Rio: O Dia da Posse, Os Primeiros Soldados e O Pai da Rita. Também tive a oportunidade de assistir a alguns curtas, que comento por aqui:

Romance

Direção : Karine Teles
Elenco: Gilda Nomacce, Enrique Diaz, Bruno Bathazar e Antônio Carrara
Brasil, 2021


Karine Teles é atriz de filmes famosos como Bacurau (2019), além de também ter roteirizado o ótimo Benzinho (2018). Romance é sua estreia na direção.​ O curta-metragem acompanha Juliana, uma mulher livre, que não deseja se prender em nenhum relacionamento. Ao longa das história, ela vai reencontrando alguns homens de sua vida e todos querem a prender de alguma forma. O primeiro é doce, leva café da manhã na cama, mas insiste que ela permaneça, mesmo quando Juliana diz ter um compromisso importante; o segundo a rapta, fazendo juras de amor e quando leva um fora, a abandona no meio do nada; por acaso, ela encontra o terceiro, que quer levá-la para casa. São homens que falam de amor, mas não levam em conta os desejos da "amada" ou como suas atitudes estão simplesmente a atrapalhando. 

O insólito é o aspecto mais interessante do curta. A forma absurda como Juliana encontra os exs, o som de rugido que aparece quando a protagonista se enfurece. Mas, fica nisso, na promessa do fantástico, que nunca chega a se concretizar. Quanto a mensagem do curta, ela é dita de forma bastante explicita. Talvez pela falta de tempo para desenvolver ideias de maneira mais sutil, talvez porque os dias atuais realmente peçam menos sutileza. No entanto, para mim, fica um gostinho de ser subestimada como espectadora.

Colmeia

Direção: Maurício Chades
Elenco: Huri e Maurício Chades
Brasil, 2021



Mansões ardem em chamas nas margens do Lago Paranoá encerram Colmeia, curta-metragem do cineasta piauiense Maurício Chades. A imagem é a literalização de um sonho de Huri e sintetiza o ódio que a jovem sente, mas também suas esperanças para si mesma e para a humanidade.

No curta, Huri acabou de sair da prisão feminina conhecida como Colmeia e pede que seu amigo cineasta a filme contando sua história. No depoimento, ela conta porque foi presa e como sobreviveu na penitenciária. Huri também fala de seus planos para o futuro e tira um jogo de tarot para toda a humanidade.

O  Nascimento de Helena

Direção: Rodrigo Almeida
Elenco: Vitor Lagden, Viq Viç Vic, Kunoichi e André Antônio
Brasil, 2021


O narrador de O Nascimento de Helena tem um desejo profundo: destruir uma família. O curta fala dos "homens de família", que mantem relacionamentos escondidos com outros homens. Usar o nome Helena, que logo lembra as heroínas de Manoel Carlos e seus ricaços, foi uma bela sacada. A narração é ótima, de um humor ácido, mas merecia algo mais legal que as imagens desconexas e filtros de redes sociais a acompanhando. Imagino que a intenção em mostrar ruas e cidades, era enfatizar que essa história, esse audio de Whatsapp, poderia estar sendo ouvido em qualquer esquina. Ainda assim, não funcionou para mim.  



Chão de Fábrica

Direção: Nina Kopko

Elenco: Helena Albergaria, Carol Duarte, Alice Marcone e Joana Castro
Brasil, 2021



Durante o intervalo do almoço, operárias em São Bernardo do Campo comem no banheiro. Chão de fábrica foca em um grupo um tanto apagado pela história: as mulheres trabalhadoras, durante as greves, em 1979. 

Nesse período de pausa, as proletárias conversam sobre as condições ruins de trabalho, o medo de aderir a greve e perder o emprego, o medo de não conseguir outro trabalho, o medo de ficar para sempre no chão de fábrica, os sonhos para o futuro. 

Tratasse de um grupo pequeno porém nada homogêneo. Temos a operária mais experiente, que já esteve em muitas greves, mas já calejada, agora encontrasse desmotivada; há a jovem idealista que quer convencer as outras a aderir ao movimento; a outra jovem  que não tem muito estudo, mas entende bem as injustiças que sofre; e, por fim, a jovem sonhadora que só quer um pouco de romance  e glamour em sua vida.

Chão de Fábrica constrói um bom retrato dessas mulheres, só é um tanto desnecessária a narração em off que conta o que acontecerá no futuro de cada personagem, para traçar um paralelo entre aquele momento e o Brasil de hoje. Acredito que as personagens por si só, junto a algumas menções históricas – como o fato delas estarem ouvido o discurso do, naquele momento, líder em ascensão, Lula , são suficientes para essa comparação.   



Também assisti ao curta Quando o Tempo de Lembrar Bastou

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