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Cultura Pop A Rigor na Colab55

Review – Janis: Little Girl Blue (2015)

Janis: Little Girl Blue

Direção: Amy Berg
E.U.A., 2015


Ok, sei que o filme já está quase saindo de cartaz, mas andei enrolado e só agora consegui escrever um texto para o blog, aliás faz tempo que não apareço aqui, fora o podcast. Mas, sem problema, até porque na verdade Janis: Little Girl Blue passou lá fora desde novembro de 2015, aqui chegou no mês de julho, então já estávamos atrasados.

Janis: Little Girl Blue é um documentário sobre o ícone Janis Joplin que saiu da pequena cidade de Port Arthur no sul dos Estados Unidos para entrar para a história do rock e da contracultura. Arthur é uma cidade conservadora como todo o sul dos EUA e Janis quando menina foi vítima de ataques motivados por preconceitos pelos “colegas” da escola (hoje chamam de bullying), por não ser o padrão que qualquer garota deve ser: delicada, magra, bela, recatada e do lar, e também por muitas vezes se posicionar contra o conservadorismo e racismo do local. Janis cresce sem saber bem seu lugar no mundo. Ela vai encontrar seu lugar na música e é através dela que expressava as suas dores, angustias e também alegrias.


Esse é o retrato de Janis que vemos no filme, não só tristeza como no título, mas também um ser humano doce e em busca de amor. Lógico que esse caminho é marcado também por excesso de drogas e álcool.

Dirigido por Amy Berg, diretora de Livrai-nos do Mal, Janis: Little Girl Blue pode não inovar em relação ao que outros documentários já trouxeram, mas sua força está na forma como constrói a imagem de Janis, desvelando toda a sua fragilidade, mas também sua força.

O filme é construído com base em gravações de entrevistas e apresentações de Janis, cartas escritas por ela e narradas por Cat Power e, claro, depoimentos de familiares, amigos, amores e pessoas que trabalharam com ela. Obviamente o filme tem um tom triste em boa parte da película, mas não é só isso, o filme é bem mais do que apenas a viagem de Janis às drogas, levando ao seu falecimento aos 27 anos.


A relação com a música aparece bem no filme, toda a influência da música negra através de artistas como Odetta. Para aqueles iniciantes, que não sabem a importância de Janis para o rock, o filme não vai deixar dúvidas, embora as canções com mais destaque no filme sejam Summertime, que boa parte do processo de construção aparece e Me and bobby mcgee com depoimento de um de seus compositores, o ótimo músico e ator Kris Kristofferson, e mostrando novas facetas vocais de Janis.

Porém, há cenas que balançam qualquer fã de Janis e da cena da época, por exemplo, quando é abordado o primeiro encontro dela com Bob Dylan; ou quando aparece a reação de outro ícone, Mama Cass, assistindo a apresentação de Janis, começando naquele momento. Temos também o Woodstock, a viagem de Janis ao Brasil e outros momentos marcantes.

A diretora também acerta ao guardar os depoimentos de fãs famosos como Pink e Juliette Lewis para o momento dos créditos, pois essas falas sobre a influência do artista na obra de outros é o tipo de coisa que geralmente fica repetitiva e desnecessária. Sem falar que essa parte dos créditos é fechada muito bem com um vídeo de John Lennon falando da mensagem de Janis para ele, que chegou pouco depois da morte dela. É de emocionar.

Assim, o documentário desfaz aquela imagem simples de Janis de sexo, drogas, Rock and roll e “paz e amor”. O filme a coloca como o símbolo da contracultura que ela é, contra todo o conservadorismo da sociedade estadunidense, e aponta ao mesmo tempo sua fragilidade e autodestruição.

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DRÉ TINOCO

André Tinoco

Professor de Geografia, cinéfilo nas horas vagas 


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