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Cultura Pop A Rigor na Colab55

Review - O Regresso (2015)

O Regresso

The Revenant
Direção: Alejandro González Iñárritu
Elenco: Leonaro Dicaprio, Tom Hardy, Domhnall Gleeson, Will Poulter
EUA, 2015



Apontado como um dos favoritos ao Oscar deste ano, O Regresso é o mais recente longa do mexicano Alejandro González Iñárritu, que sagrou-se vencedor na categoria melhor diretor no ano passado, por  Birdman, que também ficou com a estatueta de melhor filme.

Inspirado (apenas inspirado, ok?) em fatos reais e baseado no livro homônimo de Michael Punke, o regresso acompanha o explorador e comerciante de peles Hugo Glass (Leonardo Dicaprio), que em 1820 participa de uma expedição, liderada por Andrew Henry (Domhnall Gleeson) nas desérticas e extremamente geladas terras do interior dos Estados Unidos, em busca de mercadorias. Glass viaja acompanhado de seu filho adolescente (Will Poulter), um meio nativo americano, e lida com a hostilidade de um de seus companheiros de viagem, Fitzgerald (Tom Hardy).


Em dado momento, Glass acaba sendo atacado por um urso, em uma sequencia impressionante e detalhista. Muito ferido, o explorador é deixado para trás e o que se segue é uma verdadeira batalha contra a natureza para se manter vivo. Nesse ponto da história, é onde o roteiro escorrega em um clichê desnecessário: a história de vingança. Fitzgerald transfigura-se em vilão, matando o filho de Glass e deixando o mesmo, ainda imobilizado pelo ferimentos causados pelo urso, para morrer. É o ódio e o desejo de vingança que mantêm vivo o protagonista.

O grande mérito de O Regresso está em sua qualidade técnica, indiscutível. O realismo de sequencias como a do ataque do urso, a batalha contra uma tribo indígena logo no inicio do filme ou as lindas e  paisagens norte-americanas abrilhantam o longa. Outro ponto que chama a atenção é a fotografia, em tons cinza e azulado, que fortalece a ideia de frio intenso.


Contudo, alguns comentários um tanto pretensiosos de Iñárritu, como o que o filme deveria ser assistido em um templo, que “celebra o verdadeiro cinema” ou quando se queixou de muita gente chamar o filme de western (“não considero essa obra um faroeste. Faroeste é uma forma de gênero e o problema com gêneros é que eles vêm da palavra ‘genérico’. Sinto que meu filme passa longe de ser genérico”, comentou) – criam uma expectativa de se assistir algo único e inovador e essa expectativa não se cumpre. Percebe-se que algumas opções foram tomadas exatamente para deixar os sentimentos do protagonista mais facilmente compreensíveis para o publico, através de fatores que já vimos em muitos outros lugares. Por exemplo, na obra original, o filho de Glass nem nasceu ainda, na verdade, grande parte de sua vontade de sobreviver, vem da perspectiva de conhecer seu filho. Mais lírico, não? Entretanto, um vilão e um desejo de vingança como motivação são mais fáceis de explicar.

Um outro clichê que aparece são os flashbacks com esposa de Glass, que me lembraram cenas de outros filmes, como Gladiador e a Perseguição, de Joe Carnahan. Esse ultimo, aliás, também trabalha esse o tema de sobrevivência na natureza, com lobos ao invés de urso, mas não cede a lugares comum, mas as premiações nem tchum


Mas, deixando de lado as expectativas frustradas, afinal temos que analisar um filme pelo que ele é, não pelo que gostaríamos que fosse, O Regresso é um ótimo ensaio sobre vingança, conduzido com maestria por Iñárritu, que pode ser arrogante, mas também é um bom diretor, talvez não tão bom quanto seu ego acredita, mas definitivamente bom.

Dicaprio, favorito a estatueta de melhor ator (R.I.P meme), tem ótima atuação (mas, com certeza, não a melhor de sua carreira), tendo a missão de expressar as emoções de seu personagem através de grunhidos e, claro, intensos olhares. Tom hardy também concorre ao oscar desse ano, na categoria de ator coadjuvante, por sua interpretação como o violento e inconsequente Fitzgerald; essa também não é uma das minha performances preferidas de Hardy (por falar nisso, assistam ao ótimo locke), mas serve para consolida-lo como um dos top atores do momento.

Em resumo, O Regresso é tecnicamente perfeito, embora sua história seja básica. No entanto, em um ano particularmente fraco no oscar, o filme se destaca por sua beleza e uma vitória no domingo não seria injusta, embora: Mad Max: Estrada da Fúria >>>>>>>>>.


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DRI TINOCO

Apaixonada por música, cinema e gatinhos. 

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